Apesar das cidades representarem apenas 2% da superfície da Terra, em 2015, cerca de 54% da população mundial vivia em áreas urbanas e, até 2030, esse percentual deve crescer para 60%, afirma a ONU. Esse é um dado que já havíamos adiantado no texto “Cidades para todos: Construindo cidades para cidadãos e visitantes”. Adicione a este número, o fato que – desde 1º de agosto de 2018 – o planeta vive no “vermelho”, ou seja, consumimos recursos naturais mais rápido do que o planeta consegue repor, fato que foi lembrado no último dia 22, quando tivemos o primeiro Dia da Terra nesta situação. Ou seja, cidades sustentáveis deixaram de ser um diferencial e passaram a ser algo obrigatório para a nossa vida no planeta.
Pensando nisso, o GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) acaba de lançar o guia “O que o investimento social privado pode fazer por cidades sustentáveis?”. Dedicada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, além de aparecer de modo transversal em diversos objetivos da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), como nas ações voltadas ao fornecimento de água (ODS 6) e de infraestrutura (ODS 9), este é o primeiro guia da série que aborda a temática de cidades sustentáveis e é direcionado para o Investimento Social Privado (ISP) a fim de destacar a importância da agenda e apoiar investidores que tenham interesse em iniciar ou fortalecer sua atuação no tema, disponibilizando insumos e inspirando formas inovadoras e relevantes de intervir na realidade social e ambiental para melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras. A publicação inclui subsídios básicos como conceitos, informações sobre panorama, contexto e tendências, além de possibilidades de atuação de organizações do ISP nesse campo.
O guia afirma que “se, por um lado, as cidades estão associadas ao crescimento econômico e ao bem-estar, por outro, elas também são marcadas por desigualdades socioterritoriais extremas. Meio ambiente, habitação e saneamento, mobilidade e periferias são apontados pela publicação como temas relevantes no debate de cidades sustentáveis.”
De forma mais detalhada, o material especifica quatro linhas de atuação: 1) ampliação da participação social nas cidades; 2) desenvolvimento de soluções urbanas inovadoras; 3) fomento à produção e gestão sustentável dos recursos naturais e seus resíduos; e 4) fortalecimento de iniciativas e soluções nos/dos territórios.
Pelo mundo, é comum vermos iniciativas de investimento social privado sendo utilizadas no desenvolvimentos de cidades. Já no Brasil, este cenário “ainda é um tema novo”, afirma Neca Setubal, presidente do conselho de governança do GIFE e da Fundação Tide Setubal. Por se tratar de um “oceano azul”, este cenário ainda possibilita diversas oportunidades no país. Desenvolver Design de Serviços Públicos, como o Tellus atua, desenhando e implementando experiências únicas de serviços públicos centrados no cidadão, tendo como apoio o capital do ISP permite levar inovação para o campo público que, como já falamos anteriormente, é o setor que mais gera escala no impacto social.
Para quem tem acompanhado os conteúdos publicados no site do Instituto Tellus, tem visto que já trouxemos vários estudos de casos de projetos de Design de Serviços Públicos executados pelo nosso time. De soluções que impactam a saúde (Engajamento Digital na Saúde: Transformando o atendimento em UBSs), passando pelo desenvolvimento de regiões turísticas (Projeto Viva o Laranjal: Transformando uma região com o design de serviços públicos), até mesmo na educação (Estudioteca: Uma cocriação pensando na educação do futuro), mostra que o Brasil é um terreno fértil para a inovação no setor público.
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