Criado em 2016, o projeto brasileiro Design Meets Fa.vela nasceu da parceria entre o estúdio de design gráfico Greco Design e a Fa.vela, primeira aceleradora de base nacional que atua no desenvolvimento do ecossistema de empreendedorismo, tecnologia e inovação nas comunidades de baixa renda, em Belo Horizonte (MG), com o objetivo de fomentar o crescimento dos negócios.
E o projeto brasileiro é um dos cinco premiados do iF Social Impact Prize, braço do iF Design Awards (considerado o Oscar do design mundial), que duas vezes por ano celebra projetos que contribuem para melhorar a vida em sociedade.
Desde a criação do prêmio, em 2017, 776 projetos de mais de 50 países foram inscritos na premiação, cujas categorias estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas).
No caso do Fa.vela, todo processo de desenvolvimento é feito de forma colaborativa entre os empreendedores das comunidades assistidos pelo projeto — e cujo desempenho se destaca dentro dos programas de aceleração e os designers do estúdio e convidados, que trabalham de forma voluntária.
Cerca de 30 designers já participaram do Design Meets Fa.vela, que até agora desenvolveu a identidade visual de pelo menos 90 marcas tocadas por 167 empreendedores. Isso garante que a linguagem e a estética das marcas mantenham as características relacionadas à realidade de suas comunidades, ao invés de aproximá-las às dos grandes centros urbanos.
Belo Horizonte é a quinta maior do Brasil em número de habitantes e a terceira com o maior número de favelas do país. No total, mais de 2,6 mil pessoas já foram impactadas pelo projeto, que se subdivide em dois programas: o Corre Criativo, realizado com empreendedores jovens, e o Pipa, voltado ao público sênior (60+), que empreende há muitos anos.
Segundo Gustavo Greco, diretor da Greco Design, quando o design está alinhado a projetos que fazem da criatividade e do talento dos profissionais a chave para alavancar causas e impactar comunidades inteiras, os resultados são evidentes. Ele destaca também que a premiação recebida do iF Social Impact Prize – cinco mil euros – foi integralmente destinada ao Fa.vela, que utilizou o recurso na ampliação do atendimento que o projeto oferece após o processo de aceleração das empresas.
Além do projeto brasileiro, outros quatro foram premiados na primeira rodada deste ano. São eles: o Bee My Job (projeto de apicultura com refugiados, Itália), Nashulai Maasai Conservancy (conservação de reserva natural, Quênia), End FGM once and for all (luta contra a mutilação genital feminina) e The Echo-Hub-Leros (centro comunitário para refugiados, Grécia).
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