É preciso falar de novas formas de se produzir e consumir. A reciclagem atualmente é algo essencial e empresas buscam novas soluções ecológicas para tratar com produtos descartáveis. O mercado está realizando, aos poucos, a transição da economia tradicional, linear, para a chamada economia circular. Trata-se de um novo modelo econômico, que prioriza três etapas a mais: reduzir, reutilizar e reciclar. Tem como foco a sustentabilidade ambiental, que busca promover a recuperação dos materiais recicláveis, transformando resíduos em novos produtos.
No texto “Design Social: Como um bom design pode tornar o mundo mais inclusivo”, falamos como o Design pode ser estratégico para a inovação, capaz de transformar necessidades e desejos humanos em produtos e sistemas de modo criativo e eficaz, adequados não somente do ponto de vista econômico, mas também, sociais, culturais e ecologicamente responsáveis.
A economia circular é um conceito é um conceito globalmente aceito e cada vez mais recorrente nas organizações, de qualquer porte. Isso porque, a economia circular não se restringe apenas a reduzir os danos causados pela economia linear, mas também fomentar mudanças significativas no atual sistema.
Um dos maiores problemas quando falamos sobre reciclagem é o plástico. Grande parte do material que é produzido não é reutilizado, e acaba sendo descartado de maneira incorreta, indo parar em aterros e lixões e levando décadas para se decompor.
O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia, segundo dados do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês), no relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização”.
O país também é um dos que menos recicla este tipo de lixo, ficando atrás do Yêmen e da Síria: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas de um total de mais de 11,35 milhões de toneladas. A média mundial é de 9%.
Após os canudos de plástico, as empresas se voltaram para os copos descartáveis. Um levantamento da NPD, empresa de pesquisa de mercado, revelou que nos Estados Unidos e Canadá quase metade das bebidas de café servidas em copos plásticos são destinadas “para viagem”.
Com isso, o Studio [D] Tale, desenvolveu uma forma de reutilizar o mesmo copo a maior quantidade de vezes possível: exatamente 132 vezes. A concepção de embalagens plásticas desenhadas a fim de aumentar os índices de reciclagem para seu reaproveitamento tem foco na sustentabilidade.
O copo possui tampa feito de polipropileno, que é um termoplástico facilmente reciclável e resistente. Atualmente muitos dos copos de viagem oferecidos nos cafés são de papel, porém a maioria é composta de papel revestido de plástico – o que dificulta muito a separação no momento da reciclagem.
A solução pensada foi equipar copos com chips para rastreio. A proposta é que o consumidor possa leva-lo para viagem, mas depois o devolva no estabelecimento de origem. Chamado de “CupClub”, o sistema coleta os copos usados, usa máquinas de lavar louça industriais para higienizá-los e depois os redistribui em cafeterias.
É importante salientar que o cliente deve estar de acordo em fazer parte da iniciativa, senão ele será cobrado caso não devolva o copo.
O valor é de US$ 3, e funcionará para mostrar aos consumidores que é preciso devolver o utensílio para que a solução seja eficaz.
A ideia é criar um sistema circular fácil de ser adotado, simplificando a vida tanto dos consumidores como dos estabelecimentos para estimular o hábito da reciclagem. “Para mudar o comportamento das pessoas, precisamos facilitar as coisas para elas”, disse Safia Qureshi ao Fast Company.
É importante o envolvimento e empenho não só das empresas que utilizam o modelo em seus processos produtivos, mas também de todas as pessoas envolvidas no ciclo de vida dos produtos, com ações de consumo consciente e descarte correto.
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