A vida moderna é permeada pela capacidade de geração de conectividade das pessoas. Está tudo ligado, do campo aos grandes centros urbanos. A realidade do agronegócio mudou muito nos últimos anos por meio da agricultura digital. O campo, como era antigamente, precisou se reinventar para atender as altas demandas que seguem desafiando a sustentabilidade mundial, a emissão de gases que causam o efeito estufa e o que é prioridade para a todos: uma maior e mais inteligente produção de alimentos, aliada à conservação do meio ambiente.
Responsável por entre 10% e 12% das emissões de gases geradas pela atividade humana no mundo, a produção agropecuária é uma das atividades mais afetadas por transformações tecnológicas. A necessidade de aumentar a produção de alimentos no mesmo ritmo que a população cresce exige a modernização de processos. Para especialistas, a tecnologia já é e será ainda mais responsável por uma revolução no setor.
Atualmente são sete bilhões de pessoas no planeta. Mas como aumentar a produção de forma sustentável? Nesse contexto, a tecnologia vem transformando a agricultura num celeiro de modernidade. No Brasil, por exemplo, a representatividade do agronegócio no PIB nacional saltou de 1/4 para 1/3 no final de 2017.
Segundo números do IBGE, 93% dos produtores rurais já possuem smartphones. Além disso, até 2020, espera-se que mais de 75 milhões de dispositivos agrícolas de IoT (Internet das Coisas, em inglês) estejam em uso pelo mundo. Com isso, uma fazenda média gerará 4,1 milhões de pontos de dados diariamente em 2050, contra 190 mil em 2014. O estudo mostra que a Agricultura 4.0 e a produção de baixo carbono são etapas cruciais para limitar o aquecimento global a menos de 2°C em comparação com os níveis pré-industriais.
Isso mostra como a tecnologia influencia diretamente o trabalho dos agricultores de todo o mundo que, ao fazer uso intenso de recursos digitais, buscam também uma melhor rentabilidade em sua indústria. As modernas redes 5G, com suas características como alta velocidade de transmissão de dados, baixa latência, segurança e reduzido consumo de energia, terão um papel determinante na transformação do que chamamos de Agricultura Inteligente e Agricultura de Precisão.
A produção mundial de alimentos deve aumentar em 70% nos próximos 40 anos para suprir toda a população que será, segundo projeções da ONU, de nove bilhões de pessoas em 2050. O Brasil terá um papel relevante nessa produção.
No ano de 2024, o país será o maior exportador de alimentos, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essas projeções, porém, vão mudando com o passar dos anos.
Para poder explorar todo esse potencial do país e reduzir a emissão de gases, a tecnologia se faz essencial. Além das redes 5G, os ganhos da produção se darão por meio de softwares de monitoramento, rastreamento, uso de dados como controle de riscos, drones, inteligência artificial e aplicativos voltados ao produtor rural, todos eles baseados na rede.
Outro ponto importante é a utilização de Big Data, técnica de coleta e análise de um grande volume de dados para detectar problemas e construir soluções, otimizando a produção.
Segundo a Agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), a Agricultura Inteligente (“Smart Farming”) é um conceito já utilizado de gestão que utiliza a tecnologia a fim de aumentar a quantidade e a qualidade dos produtos agrícolas. Atualmente, os agricultores já têm acesso a tecnologias de geoposicionamento, varredura de solo, gerenciamento de dados e IoT.
Com a Agricultura Inteligente é possível medir com precisão as variações no campo e adaptar estratégias de acordo com as informações coletadas, e assim os agricultores podem aumentar significativamente a eficácia dos defensores agrícolas e fertilizantes, utilizando-os de forma mais efetiva.
A diferença está no fato de as redes 5G oferecerem muitos recursos tecnológicos sofisticados, permitindo um uso mais amplo de tecnologias digitais, como robótica e reconhecimento de imagem.
Com uma rede dedicada ao agronegócio, pode-se elevar a IoT da agricultura a novos patamares. A análise dos dados disponibilizados em tempo real permite ações mais rápidas para a simplificação das operações, a utilização exata de recursos (água, defensivos agrícolas e fertilizantes) e o aumento da produtividade.
As redes 5G oferecerão um grande salto tecnológico para o melhor enfrentamento dos desafios que o aumento da população global e as mudanças climáticas oferecem para o setor agropecuário. Além de facilitar a vida dos agricultores.
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