A Nesta é uma organização focada em inovação e já apareceu aqui no Tellus em outros momentos (sugiro que leia o texto “10 previsões para 2019, segundo a Nesta – Parte 1”). As maneiras pelas quais inovamos evoluíram dramaticamente ao longo de uma geração e isso reflete em uma série de fatores, por isso, no texto de hoje, trouxemos uma lista de 9 tendências emergentes no campo da gestão e inovação, segundo a Nesta.
Os grandes laboratórios de privados e governamentais, que foram pioneiros em avanços científicos e tecnológicos, foram substituídos por modelos mais abertos e colaborativos, permitido pelos avanços da tecnologia digital. Apesar das mudanças significativas na inovação, as políticas públicas para apoiar e gerenciar estes processos, às vezes, não são adequadas para o século XXI. Com isso, foram levantados a lista de tendências emergentes a seguir:
Tendência #01 – A inteligência artificial está reinventando a maneira como inventamos: O maior impacto da inteligência artificial (IA) pode não ser por meio de aplicativos amplamente conhecidos, como carros sem motoristas ou reconhecimento de imagem, mas por meio da alteração do processo de inovação. Campos como a ciência dos materiais e a química medicinal enfrentam o desafio de identificar e compreender um grande número de compostos. Outras formas pelas quais as máquinas inteligentes estão ajudando na inovação é a análise de dados científicos estruturados e não estruturados. Aqui no Tellus, já falamos anteriormente sobre esta questão, quando trouxemos os “10 princípios para o design na era da inteligência artificial, segundo Yves Béhar.”
Tendência #02 – As máquinas estão ficando criativas: Os avanços no campo da inteligência artificial estão proporcionando às máquinas a capacidade de criar novos projetos, em vez de simplesmente otimizar as soluções existentes. Esse processo de design generativo digital envolve inovadores que fornecem às máquinas metas e restrições, das quais as soluções são geradas por meio de um processo que imita a evolução biológica. Um exemplo de projeto bem sucedido neste cenário foi a parceria da Autodesk com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, com o objetivo de explorar novos projetos de sondas interplanetárias.
Tendência #03 – A inovação aberta está se tornando micro: O processo de inovação e os grandes desafios de deste campo estão começando a ser divididos em desafios menores, com o objetivo de focar na evolução de inovação aberta. Essa micro inovação aberta está ganhando força porque o sistema de inovação aberta agora é grande o suficiente para sustentar desafios menores, que são mais atraentes para indivíduos que querem aprender, desenvolver portfólios e não têm acesso a equipes ou recursos substanciais.
Tendência #04 – Os esforços para remover viés de decisões de financiamento: O texto “10 previsões para 2019, segundo a Nesta – Parte 1” já havia sinalizado esta tendência. “Mesmo com a existência de diversas metodologias, um dos grandes desafios no investimento da inovação é que é demorado. Isso faz com que muitos pesquisadores percam o timming (prazo) ou talvez nunca consigam obter o investimento necessário. Outro desafio está na maneira pelo qual a pesquisa é financiada, fazendo com que ela possa sofrer inclinações tendenciosas ou preconceitos.” Por isso, novas formas de financiamento aleatório têm surgido como solução para a distribuição do capital no setor.
Tendência #05 – Equipes de inovação distribuídas e adaptáveis: Líderes de inovação estão buscando pessoas em equipes multidisciplinares pequenas e relativamente autônomas, que são coordenadas mais por meio de missão, cultura e princípios compartilhados do que as hierarquias tradicionais de gerenciamento. Essa maneira, mais distribuída de organizar, oferece flexibilidade e é mais adequada para lidar com problemas complexos que são subdivididos para serem trabalhados por partes.
Tendência #06 – Empresas “Firefly”: Organizações Autônomas Descentralizadas, ou DAOs (em inglês), são empresas movidas por contratos inteligentes automatizados via blockchain. Elas funcionam como grupos conectados que podem ser abertos e fechados de forma fácil e dispensam a burocracia tradicional. Essa solução pode se tornar uma forma rápida de criar protótipos de organizações, com o objetivo de testar mercados, grupos e cenários.
Tendência #07 – Mentalidade está sendo enfatizada sobre o método: A medida que o número de métodos de inovação se multiplica e nossa compreensão deste processo amadurece, tem havido um interesse crescente nas mentalidades exigidas por inovadores e líderes de inovação que permita que adaptem-se às mudanças rápidas e contextos incertos. Conforme os processos de inovação tornam-se corriqueiros, também mudaremos o nosso “mindset” em relação a ela.
Tendência #08 – As organizações estão tentando promover a neurodiversidade para estimular a inovação: Talvez você esteja familiarizado com o termo “diversidade”. Já a neurodiversidade, onde diferenças neurológicas, como autismo e dislexia, são reconhecidas e respeitadas tanto quanto qualquer outra variação humana está ganhando força como uma característica que não é um problema para as equipes de inovação, mas uma oportunidade de fortalecimento da inovação e projetos.
Tendência #09 – A neurociência está moldando o desenvolvimento da liderança: Uma compreensão mais profunda da nossa neurologia, em parte por novas ferramentas de medição, está sendo usada para desenvolver as habilidades dos líderes de inovação e ajudá-los a navegar melhor pela complexidade e incerteza, gerando novos tipos de treinamento e desenvolvimento profissional.
Leia também:
10 tendências de inovação e como elas serão aplicadas nos serviços públicos – Selecionamos dez tendências de inovação (muitas delas no campo das tecnologias sociais) e como elas serão aplicadas nos serviços públicos.
Créditos: Imagem Destaque – Por Peshkova/Shutterstock
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