Robô policial: China implanta primeiros modelos no controle de trânsito

Robô policial: China implanta primeiros modelos no controle de trânsito

A China acaba de adicionar mais uma iniciativa à crescente lista tecnologias que executam tarefas variadas no atendimento das necessidades da população. O Departamento de Segurança Pública de Handan, no norte do país, implantou três tipos de robôs de trânsito para ajudar os oficiais humanos na cidade.

De acordo com o relatório da agência de notícias estatal Xinhua, o vice-chefe do Instituto de Pesquisas em Gerenciamento de Tráfego do Ministério de Segurança Pública, Zhou Zuoying, afirmaque esta tecnologia marca o primeiro uso da “polícia de trânsito de robôs” na China

Ainda segundo o jornal chinês Global Times, serão três tipos de robôs com características e funções pouco diferentes entre si, incluindo patrulhas rodoviárias e avisos de acidentes e representam o desenvolvimento do gerenciamento de tráfego por inteligência artificial da China. Além do modelo de patrulha, outro robô irá trabalhar nas estações de gerenciamento de veículos e será capaz de responder perguntas, orientar os moradores para os balcões e relatar automaticamente os riscos e suspeitos de segurança à polícia. Já o outro modelo será responsável por emitir avisos de acidentes e alertar veículos que passam, quando a polícia está lidando com acidentes de trânsito.

Um dos robôs é chamado de “patrulha rodoviária”, projetado para parecer um oficial de trânsito humano, com uniforme amarelo e chapéu branco. Ele é capaz de identificar motoristas e tirar fotos de comportamentos considerados ilegais.

Outro é um robô de “orientação de tráfego”. Ele será colocado nas estações de gerenciamento de veículos, onde responderá às perguntas dos residentes e os guiará para onde precisarem ir. Também reportará automaticamente quaisquer riscos ou suspeitos de segurança à polícia, segundo o Global Times. O terceiro tipo é um robô de “aviso de acidentes”, projetado para alertar os motoristas que estiverem passando que um policial humano está tratando de um acidente na via.

Os robôs funcionarão 24 horas por dia e sete dias por semana, disse Li Huai, funcionário do Handan Public Security Bureau, para o site de notícias chinês Hebnews.cn. Segundo o relatório do Global Times, ainda não está claro se isso se aplicará a apenas um robô de cada tipo ou vários ao mesmo tempo. O que está claro, porém, é que a China está se voltando para o uso da tecnologia na aplicação da lei.

O país já implantou sistemas de reconhecimento facial para capturar praticantes de caminhada e tornou obrigatórias as etiquetas RFID (Radio-Frequency IDentification ou, em português, Identificação por Rádio Frequência) em novos veículos, para que os motoristas não possam deixar de pagar pedágios nas rodovias. Também equipou alguns policiais com óculos de reconhecimento facial para ajudá-los a encontrar criminosos foragidos.

Esta não é a primeira vez que a China utiliza robôs policiais – em 2016, um robô de segurança chamado de AnBot começou a fazer a ronda no aeroporto de Shenzhen e, em 2017, seu E-Patrol Robot Sheriff começou a patrulhar ruas.

No Brasil, o desafio da modernização e o Mercosul

O país ainda enfrenta muitos desafios, tanto em âmbito estadual quanto federal, em relação à modernização de suas leis de trânsito e a aplicação de novas tecnologias. Um bom exemplo disso está no projeto de unificação das placas dos automóveis no Mercosul.

Esse assunto tem sido amplamente discutido por parlamentares, que estão analisando os requisitos técnicos necessários, seu impacto na redução dos crimes associados às clonagens e adulterações dos carros e identificar pontos de melhoria no sistema, mas ainda não foi efetivamente implantado.

A medida, chamada de Resolução Mercosul, foi aprovada em 15 de dezembro de 2010 com o objetivo de unificar os modelos de placas dos países-membros da organização (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela). Essa iniciativa deverá atingir uma frota de 110 milhões de veículos e facilitará a circulação e a segurança entre as nações do bloco, além de assegurar a existência de um banco de dados conjunto.

Enfim, aparentemente era apenas uma questão de tempo até a China encontrar uma maneira efetiva de usar robôs para ajudar seus oficiais de trânsito a manter a ordem – e parece que essa hora chegou.

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