Em um mundo hiper conectado, onde o smartphone não sai de perto e nossos dados são armazenados “em nuvem”, falar de itens impressos é quase que uma contradição. Mas vamos pegar o dinheiro como exemplo. Há muito tempo o dinheiro deixou de ter valor real e passou a ser uma representação feita em papel moeda. Parece estranho dizer que uma nota de R$ 100 não vale cem reais, mas é a grande verdade. Ela representa um valor que indicamos para ela, seguindo uma série de fatores econômicos. Talvez um exemplo mais explícito seja o BitCoin. Uma das principais criptomoedas do mundo, ela passou a valer milhares de dólares mesmo sendo totalmente virtual.
Agora imagine um país sem dinheiro impresso. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a Suécia pode parar de usar dinheiro em espécie até 2023. Mas se você acha que isso é coisa de primeiro mundo, saiba que a Somalilândia, um país com orçamento de R$ 250 milhões e sem crédito no FMI, praticamente deixou de utilizar o papel moeda devido a sua inflação gigantesca (são necessários 9 mil Shilings para comprar US$ 1). Veja bem, estamos falando de um país localizado na África subsaariana – uma das regiões mais pobre do mundo – que utiliza “troca de créditos” como base para transações financeiras. Leia mais sobre o caso da Somalilândia neste link.
Na China, as notas de dinheiro viraram item de museu (literalmente). Na cidade de Shenzhen, no sul do país, o museu de design tem em exposição máquinas de ATM como peças históricas. Além disso, Tencent e Alibaba, com os seus respectivos WeChat e AliPay, trouxeram o país oriental para o mundo das e-wallets (carteiras digitais), substituindo a forma como o povo chinês paga contas, faz transferência de valores e, até mesmo, dá esmolas na rua.
Ainda na China, em nosso último texto, “10 previsões para 2019, segundo a Nesta – Parte 2”, vimos como o Alibaba está engajado em transformar e inovar os serviços públicos chineses, transformando algumas cidades em cidades inteligentes. A parte mais interessante de toda essa história é que o projeto de inovação do Alibaba e o governo chinês não termina aí. Desde janeiro, os moradores da província de Jiangxi podem usar o aplicativo AliPay (o mesmo citado acima para pagamentos) para se casarem. A ideia é desburocratizar os processos tradicionais e levar facilidade para jovens casais. Segundo o blog Copy From China, do UOL, “dentro do app Alipay, há um mini aplicativo chamado ‘City Services’ que, aos poucos, vem integrando serviços públicos, como carteira de motorista digital, passe de ônibus, cadastro dos filhos em escola pública e, agora, casamento. Além da senha dos noivos, o app exige reconhecimento facial como forma de validar a identidade da nova família”.
Ainda de acordo com o blog, na fronteira com Hong Kong, “um ID eletrônico da Tencent, embarcado dentro do aplicativo WeChat, substituirá o passaporte para chineses que fazem a imigração ao entrar ou sair da China”. Seja na Suécia, na Somalilândia ou na China, tudo indica que, após transformarmos o dinheiro em dados digitais, abolindo o papel, o próximo passo são as identidades em formatos digitais.
Créditos: Imagem Destaque – Por DoublePHOTO studio
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