Anteriormente, no texto “O que é Design Estratégico? O planejamento de forma sustentável”, fizemos uma breve introdução sobre o tema e como esta abordagem, baseada no Design Thinking e no pensamento de projeto sustentável, pode ser aplicada no cenário de serviços públicos. No texto abaixo, vamos aprofundar a discussão e analisar quatro princípios de Design Estratégico e como eles se encaixam no setor público.
Baseadas nas visões da doutora Natalie Nixon, diretora do programa de MBA em Design Estratégico da Universidade da Filadélfia, veremos abaixo quatro princípios chaves para implementar um modelo de design estratégico para sua estrutura de negócios (no nosso caso, em políticas públicas):
“A educação sobre empatia está no centro do pensamento estratégico de design”, afirma a dra. Nixon. “As empresas precisam ir além da pesquisa estatística quantitativa e estruturada que as empresas geralmente confiam. Ele está interagindo com os consumidores para entender seus desejos e, em seguida, personalizando a experiência de maneira notável”. No nosso caso, precisamos ir além do que o indivíduo busca e de suas necessidades. Como já falamos anteriormente, utilizar técnicas como a aplicação do teatro imersivo como ferramenta de pesquisa em inovação pode ser uma excelente saída para entender mais sobre as necessidades do seu usuário.
No segundo princípio, a dra. Nixon propõe que “abra-se os olhos para a prática de indústrias opostas”, ou seja, conhecer soluções em outros setores podem fazer com que ajude na criação de novas estratégias. No universo dos serviços públicos, o gestor pode buscar soluções de estratégias no setor privado ou em outros setores. Por exemplo, se você está focado em soluções de saúde, busque conhecer estratégias do setor de transporte ou outro qualquer que não esteja conectado com o seu cotidiano. A ideia deste princípio é abrir a mente para novas soluções e estratégias que podem ser adaptadas e/ou criadas releituras em diferentes setores.
Dos quatro, nós diríamos que este é, de longe, um dos mais importantes. Aplicar protótipos é tentar entender a experiência das suas soluções pelas perspectivas dos usuários. “Faça disso uma experiência ativa – queremos que as pessoas façam muitas perguntas e apresentem uma série de insights”, aconselha a dra. Nixon. No texto “Projeto Viva o Laranjal: Transformando uma região com o design de serviços públicos” mostramos nossa experiência com protótipos em um projeto real.
No quarto e último princípio, a dra. Nixon fala sobre como o poder da narrativa ajuda grandes marcas a comunicarem e construírem conexão com o consumidor. Isso talvez não se aplique tanto ao setor público, mas a nossa sugestão é não deixar de comunicar. Construa uma conexão com o seu usuário, a fim de ter ele como peça central no seu planejamento. Não adianta levar soluções para um público que não necessita ou não se interessa pelo o que foi projetado. Crie um vínculo com o seu usuário e retorne ao princípio número 1.
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